Bonsai Clube Capixaba: dezembro 2016

segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

Alporque, estaquia e bonsai


Ultimamente, tenho notado que há grande dificuldade do grupo de escolher material inicial e ponderar quando vale a pena reproduzir partes de uma planta ou bonsai para dar início a um novo trabalho. Antes de tudo, esse é um processo que uso muito e por isso me sinto à vontade para analisar a matéria prima do bonsai obtida por esses métodos. Quanto custa, qual as vantagens e desvantagens de se obter novas plantas por esses métodos. Pretendo também apontar outra aplicação para alporques, para correção de nebari.
Ok, vamos então verificar o que mais se faz necessário para se obter um bonsai a partir de um material bruto. Substrato, arames ou materiais para ancoragem, adubo, agua ou TEMPO? Sem dúvida posso afirmar que é o tempo. Digo TEMPO tanto de espera para se obter resultado satisfatório quanto de tempo gasto em intervenções nas plantas. Um bom material inicial é aquele que nos economiza o maior tempo possível de formação do bonsai e confere resultados satisfatórios.
Lembrando que a ideia é buscar um galho para alporque ou estaquia, vou listar em ordem de importância o que busco em um material inicial:

1.    Formato e espessura: dou preferência a galhos que já apresentem uma grossura de tronco suficiente para o tamanho de planta que pretendo desenvolver ou que estejam próximas disso. O movimento do galho também é muito relevante para escolha. O ideal é que ao menos esses dois elementos estejam presentes para o galho eleito para um novo bonsai.

2.    Uma ramificação secundaria para sacrifico; uma ramificação secundaria próxima a base desse alporque ou estaquia é bem-vinda, com isso, ou já se tem conicidade ou tem-se um meio para tal. No caso onde já se tem conicidade desejada é só podar o galho e continuar o projeto, caso contrário, continua-se o projeto mantendo o galho de sacrifício para que este se desenvolva e proporcione a conicidade desejada.

3.    Ramificações para aproveitar na estrutura da nova planta. Ao contrário do que se pensa, isso é o mais rápido de se obter, formar uma boa base, possível levará anos até mesmo para um shorin.

Outra coisa que costumo ponderar no caso do alporque, é o tempo que precisa para obter raízes, e o tempo que isso vai custar na formação da planta principal e ao mesmo tempo, o potencial do alporque para tornar-se bonsai. E essa a meu ver é a desvantagem do alporque. Já para estaquia, a desvantagem está no risco de perder o material, risco esse quase nulo no alporque.

Outra boa função do alporque é a correção de nebari, quando este é demasiadamente falho, o objetivo do alporque é apenas melhorar a base da planta, deixar raízes no mesmo nível do tronco e mais radiais.

Espero ter ajudado, até sábado edito e ilustro os apontamentos. 

 Filipe Henrique.

domingo, 4 de dezembro de 2016

O Balanço

Na arte do Bonsai, minha preferência sempre foi os portes médio/grade, com estilos envelhecidos e sobre rocha, mas um dia um "tapa na mente"...fazer um bonsai com as características das árvores que eu desenhava quando criança, no caso o primeiro galho da direita sempre havia um balanço.rs

Uma semente, que germinou no meu quintal, a três metros da matriz, após atingir cerca de 1,50m a primeira poda(drástica), reduzida a um toquinho de aprox. 15cm, em agosto de 2010, retirei ela do solo e replantei num escorredor plástico de macarrão, de lá para cá paciência e técnicas, ao meu ver um resultado rápido.
Na última segunda-feira resolvi unir minha arte(o bonsai) com a arte do Ricardo Mendes Ceramica(o vaso), e por ela na sua morada definitiva.
Ainda falta acertar o formato da copa e na próxima troca de substrato retirar uns 4cm da raiz pivotante, para alinhar a base do tronco a borda do vaso.
Espécie: Jabuticabeira Sabará
Estilo: Hokidashi
Altura: 34cm
Idade: 9 anos

André Tesourinho